terça-feira, 23 de março de 2010

Sorrir!!!!


Já tem um tempo que minha carequinha já ta coberta, mas estava olhando esta foto hoje e eu acabei ficando feliz, só de lembrar deste momento.

Resolvi postar pra alegrar minha vida e de quem quiser sorrir comigo!!!!

quarta-feira, 17 de março de 2010

Já fui cadeirante, agora sou só "Linfomante"

Me junto ao Celidônio quando ele diz que já foi cadeirante e não sabia.
Eu também já fui cadeirante! Só descobri isso depois da novela, e depois dizem que novela não é cultura. Quando sofri a trombose por causa do linfoma, dizia-se apenas que a pessoa estava numa cadeira de rodas.
Eu tabém fui muletante e escorante. Graças a Deus, agora sou apenas andante mesmo.

É engraçado como essas coisas mudam e não mudam nada né? Mudam por que é um posto, um fardo, um nome "cadeirante", mas a sensação, o estado de espírito e a força nas pernas é quase sempre a mesma nos dois casos não é mesmo?

Sei lá, foi só um comentário a respeito de uma descoberta feita lendo a coluna de culinária do José Celidônio. Acredito que não importa o nome que vc dá ao seu problema, não importa como te olham o que importa mesmo é como você encara o problema. Se pra mim, ser "linfomante" é um fardo, um peso, é  porque ainda o coloco nas costas de vez em quando e me esqueço que tenho que encarar (e encarar, como o próprio nome já diz, é sempre de frente, cara a cara) . Sem medo, sem dó, nem piedade.

Linha de frente na batalha

" Com fé em Deus e na minha batalha"



No domingo li uma matéria do Mauro Ventura na revista do Jornal O Globo, na verdade era uma entrevista com a geriatra Claudia Burlá e ela falava sobre medicina paliativa (se tiverem a oportunidade, leiam), quantas não foram as lágrimas que rolaram do meu rosto.

Você deve estar pensando, que menina fresca!

Mas o que aconteceu foi totalmente inesperado, vi nas palavras dela as entrelinhas que o meu médico não conseguiu me dizer. Quando ela disse: " O foco dela (medicina paliativa) não é prolongar a vida (...) e sim dar aos pacientes e aos parentes a máxima qualidade de vida possível no momento presente. Não é esticar  a vida e sim alargá-la", mexeu comigo de tal maneira que não consegui reagir, já que o tratamento que estou fazendo agora é paliativo.

Passadas as lágrimas e a angústia, fui tomada por uma força muito grande, uma vontade de viver o agora de maneira absurda. E as dúvidas que eu tinha quanto a retornar a estudar este periodo se foram. Enchi-me  de  coragem e força e recomecei as aulas na faculdade.

Não! Eu não terminei o tratamento, continuo com doses dárias de quimioterapia e às vezes sinto dores fortes, mas o Tylex tem me ajudado bastante nesta parte.

Voltemos à faculdade...
Segunda estive lá pra reabrir a matrícula e encontrei um monte de pessoas super queridas, desde os funcionários aos meus queridos amigos. Muitos já se formaram, seguiram seus caminhos, mas alguns ainda estão por lá, para minha enorme alegria.
Confesso que ainda estou com medo de não conseguir conciliar o tratamento e a faculdade, mas decidi que a cabeça vazia não andava me fazendo nada bem.

Então... Que venham as aulas!
Ontem, por exemplo passei o dia todo arrumando o material, estudando um pouco de mecânica dos fluidos. Vou tentar estudar mais enquanto o meu corpo me permite, pra quando não estiver podendo, a matéria não ficar muito acumulada.

Terminando o post, deixo aqui impressa a minha vontade de "Engenheirar" um dia. Que ele não esteja muto longe.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Desabafo

Aqui mora um turbilhão
Ele movimenta e se repete,
Vai
Volta
Aqui mora uma vida
Alegre de tristezas
Aqui moramos
nossas quimeras desmedidas
medidas com horror.

Da medo de fechar os olhos e ficar preso no sonho
Medo de acordar e descobrir que tudo isso é verdade,
Que escalpes, seringas, homens de roupas brancas e crachás no pescoço
Tentam, em vão, tirar seu pescoço da lama.

Jogo as palavras, assim como jogo minhas emoções
Pode te parecer confuso, mas nem consigo colocar aqui a complexidade do que esta oculto no meu coração.

Tô querendo dar um tempo pra mim, tirar um tempo pra ser normal
Tô querendo encher a cara de coragem e largar essa torpe dor pendurada num canto por aí
Tô querendo pedir socorro.
Antes que seja tarde demais.


Liberdade aos sentidos, ao sentimento, ao amor...

Pro dia nascer feliz!

Hj fui a mais um de meus passeios ao Inca, e como sempre a demora foi enorme pra ser atentida.

Fica aqui o meu protesto: Horário é horário né gente! E cadeira de hospital, não é naaaaaaada confortável.

Conversei com o médico que foi muito realista, realista até demais.
O resultado dos exames sanguíneos deu queda de plaqueta, anemia macro (alguma coisa), que eu nem me lembro direito. Daí eles deixaram pra adicionar o etoposide depois que eu já tiver melhor. Vou começar a repor umas vitaminas, enquanto continuo com essas quimios diárias.

Perguntei as reais chances e as palavras continuaram super animadoras, pra não dizer o contrário.
"A cada linha de quimio, as chances de cura são menores." Como já estou na quinta linha de quimio, minhas chances se reduzem a ajuda dos céus.

Não sei por que desta vez as palavras do médico me tocaram mais fundo, e lá na sala dele mesmo algumas lágrimas teimaram em cair dos meus olhos, uma sensação de impotência e desespero misturadas com uma vontade de dormir que veio não sei de onde.

Os sentimentos se misturavam, uma vontade de sumir, de abraçar alguém, de ficar sozinha, de correr, de chorar, de rir... Sei lá o que senti e o que ainda estou sentido é tudo tão confuso.

A única coisa que tenho por fazer é agradecer a Deus pela minha vida, agradecer pela oportunidade deste turbilhão, e pedir um pouquinho mais de paciência pra conseguir lidar com isso até que o dia chegue.

Já que é pro dia nascer feliz, como disse o Cazuza. Tiro das minhas costas este peso, e continuo a caminhar, devagar, mas sem parar...

Unção

Olá!!!
Estava com saudades de escrever. Não sei bem se era saudade ou se era angústia, um aperto no peito, com vontade de desabafar...
Mas vamos aos fatos na ordem em que aconteceram, que é pra eu não esquecer, quando a memória já não me for tão forte.

Na quinta feira uma linda Senhora veio me visitar, não que ela ainda não tivesse vindo à minha casa, mas é que desta vez o meu coração estava aberto pra recebê-la. Ela deixou no meu peito uma sensação de conforto, de esperança na vida que está por vir.
Muito Obrigada meu Amigo querido, por ter me proporcionado este encontro com a minha mãe querida, e por me lembrar que ela nunca me abandonou...


Na sexta feira fui à missa da graça, na igreja de Santo Antônio, aqui em Nova Iguaçu. Senti uma força tão grande me dizendo que Aquele era o "dia do meu milagre".


No domingo, levantamos cedo e fomos ao Lar Frei Luiz, o lugar é lindo, fora que de uma atmosfera magnífica.
Enfim, o final de semana, foi de pura unção...

sexta-feira, 5 de março de 2010

Você é linda... assim como toda mulher que passa por um tratamento para câncer

Olá!!!
Desde a minha primeira internação, quando ainda nem sabia que estava com câncer, nunca deixei de ser vaidosa. Tia Elza levou um batom e um kitzinho com duas sombras e me deu lá no hospital, logo no segundo dia.

Depois, fiquei sem andar um tempão, mas mesmo assim, depois de escovar os dentes sempre passava uma sombra, um blush e um batonzinho ...
Já estava tão triste por estar sem andar, ter que tomar banho na cama e ainda ter o câncer, se ficasse feia seria pior.

Pra ter noção da "peruísse" da pessoa até chapinha fiz no hospital. Fazia-me alegre, mais feliz.
Digo, que quando perdi os cabelos, ganhei um toque de perua.
E acredito piamente que esta forma de encarar o problema foi positiva.
Me sentir um pouco bonita, mais alegre, fazia esquecer por alguns momentos dos meus problemas.

Lembrei-me disso, hj, quando li uma notinha que a Rejiane me mandou pelo orkut:


Maquiagem que transforma


"Você é linda... assim como toda mulher que passa por um tratamento para câncer". Esse é o slogan do projeto "Look Good... Feel Better" ("fique bonita... sinta-se melhor"), iniciativa norte-americana que ajuda mulheres com câncer a aumentarem sua autoestima através de cuidados com a beleza, geralmente negligenciados durante o tratamento para a doença.

Tudo começou em 1987, quando um médico perguntou para o presidente de uma marca de cosméticos se seria possível ajudar uma de suas pacientes com câncer, que sofria de sérios problemas com sua aparência, devido à perda de cabelos e consequente falta de autoestima. Um maquiador foi enviado até a paciente e realizou nela uma transformação radical na aparência, através do uso de peruca e maquiagem, fazendo- a reconquistar a confiança perdida. O resultado foi imediato: a paciente sentiu-se mais feliz e bonita, deixando-a mais motivada para seguir o tratamento.

A partir daí, o projeto cresceu e hoje atua nos Estados Unidos e em mais de dez países ao redor do mundo. São mais de 14 mil voluntários que ajudam cerca de 50 mil mulheres com câncer por ano a reconquistar a autoestima perdida. A Dra. Renata Camacho, psiquiatra especializada na saúde mental da mulher, acredita na eficácia do projeto: "A maquiagem mexe com o lado lúdico da mulher, tornando-a mais feliz e, portanto, mais bonita interna e externamente", comenta.

Inspirem-se neste projeto para ajudar quem precisa! O país tem diversos hospitais e centros de tratamento da doença, procure um na sua cidade e proponha uma parceria. Faça a diferença!

A maquiagem assim como lenços coloridos, acredito eu, transformam mais do que um rosto, mais que fisicamente. Faz nos mais onitas pra nós mesmas, faz nos mais brilhantes para o mundo...
 
Seja mais feliz!
Sorria sempre!
E nunca deixe de brilhar....

segunda-feira, 1 de março de 2010

Lute! Nunca desista!

Eu, mais uma vez sem nada pra fazer e a chuva caindo lá fora.
Pelo menos não ta aquele maçarico dos dias atrás.

Comecei a fuçar alguns blogs novos e muito interessantes por sinal até li uma frase que não pude deixar de rir, mas resume exatamente o que penso a respeito dos meus, ex-cabelos:

Perder os cabelos durante um tratamento contra o câncer é como entregar a bolsa a um assaltante armado: “Toma, leva tudo mas me deixa viva”.

Quantas vezes fui assaltada?
Perdi as contas...
E, em um desses assaltos levaram também uma parte das minhas unhas, e uns hormôniozinhos, mas quem liga pra isso não é mesmo?


Pelo menos ainda estou viva, e muito viva!

Pra finalizar este post de nada produtivo:



Nina !!!

Usei o post anterior para um desabafo tão profundo que esqueci de dizer que ganhei uma cachorrinha linda da Rê e do Allan.
O nome dela é Nina e tem tomado meu tempo e ocupado a minha cabeça nesta fase difícil. Ela dorme o dia todo, e quando acorda só quer brincar de morder.

Tô frita!!!

Postando só pra agradecer à Rê e ao Allan pela filha linda que me deram.

E também, postando pra dizer à Bia que vou morrer de saudades, mas sei que será o melhor pra vc! Tenho certeza que seu novo caminho será cheio de muito sucesso...

Sente só

Fiquei bastante tempo sem escrever nada, não é que nada acontecia na minha vida, muito pelo contrário.
Parece que tudo resolveu acontecer ao mesmo tempo.
Fui ao meu passeio mais frequente (Inca), e fiquei horas esperando pra falar com o médico. Mas não foi uma espera qualquer por que neste dia ele me diria o que faríamos da minha vida.

Parece que as horas não passavam, a novela (Alma Gêmea) acabou e eu ainda estava lá sentada naquele ambiente frio, tentando sorrir pra que minha mãe não ficasse muito preocupada.
Finalmente fui chamada, e a médica que me atendeu disse que iria me atender aquele dia pq o meu médico estava muito ocupado e que todos os outros médicos já estavam sabendo do meu caso. Logo, eu ando sendo comentário nas mesas por aí.

E a triste notícia veio, como uma agulha que espeta no lugar mais dolorido.
"Não podemos usar nenhum protocolo convencional em vc, já que, por causa do transplante suas células ainda são imaturas e não reagiriam bem, ou morreriam.
Resolvemos então, começar uma quimioterapia oral, que a única coisa que possuímos de possível para o seu caso, você fará por duas semanas e na terceira semana virá para avaliarmos o andamento.
Essa quimio será só pra evitar o crescimento do tumor e não pra extingui-lo".

Naquele momento, me faltaram palavras assim como me faltou o ar. Fiquei imaginando a situação em que me encontrava, tendo que passar o resto da vida com o câncer. Se é que existe resto né?

Confesso que até agora não digeri esta história toda.

Tomo religiosamente todos os quimioterápicos, passo mal, mas estou levando a vida.

Percebi que se tem um dia pra ser vivido será hoje. E enquanto eu puder fazer alguém feliz e ser mais feliz, eu vou ser.

Não vou deixar que um tumorzinho qualquer tome conta do que é meu.
Não vou desistir de lutar enquanto houver um pingo de esperança, e se não houver, darei um jeito de criar.

Desabafo logo na segunda feira  né?
Mas só hoje me senti forte o suficiente pra dizer a situação em que vivo e poder animar alguém a lutar pela vida.